sábado, 26 de junho de 2010

EGZ Tauschtag, Gummersbach, Alemanha

Desde há dois anos que me ofereço a participação num encontro de coleccionismo no estrangeiro: mais uma oportunidade para passear um pouco e de conviver com os coleccionadores com quem troco habitualmente via correio postal. Como não poderei levar a minha colecção de pacotes de açúcar para o além (ou para o aquém dos 7 palmos - tanto vale), procuro desfrutar ao máximo deste mundo belíssimo em que temos o privilégio de viver. E nada melhor do que fazê-lo em viagens com açúcar.

Gummersbach, na Alemanha, a cerca de 60 quilómetros a leste de Colónia, foi o destino deste ano. E que excelente escolha! O encontro de trocas foi precedido, no dia anterior, de um passeio colectivo pela região, a Bergisches Land. Foi mais um momento para o convívio entre os participantes e um momento de cultura. Os pontos altos do passeio foram a paragem no Castelo de Gimborn e o Bergisches Kaffeetafel, no restaurante Haus Biesenbach, em Lindlar - um "almoço" tradicional da região. Na verdade, de almoço pouco tinha em natureza; foi mais um género de lanche farto, frio: alguns enchidos fatiados, queijo, muita manteiga, arroz doce, pão fatiado de diversas qualidades, compota de cereja quente e umas deliciosas Waffel acabadinhas de fazer; tudo acompanhado por café feito numas "cafeteiras" antigas, chamadas de Dröppelmina, pelo facto de não terem filtro e de, por isso, o café gotejar por entupimento da torneira. Enfim, uma daquelas experiências que valeu sobretudo pelo inusitado e pela diferença, mas em que tudo, em abono da verdade, estava delicioso.

O fim de tarde e a noite dessa sexta-feira foram passados no Biergarten do ECU hotel, o local onde se realizou o encontro. As loiras e morenas fresquinhas que ajudaram a animar o convívio, de nomes Zunft e Erdinger, em especial, foram o acompanhamento ideal para o tempo fantástico que se fazia sentir e para tornar as conversas em alemão e inglês mais fluídas. Considero-me um apreciador de boa cerveja; mas o que dizer dos meus amigos alemães, belgas e dinamarqueses, que, por certo, vieram ao mundo com uma resistência etílica prodigiosa? Foi cansativo tentar acompanhá-los, meus amigos! Uma estafa hercúlea, de que só podia sair humilhado!
Valeu-me o jantar no Homburger Hof, a um quilómetro do hotel. Não sou especial apreciador de pizza, confesso, mas a cerveja já ingerida sugestionou-me. Como apaixonado da cultura grega, não podia ter deixado de escolher a pizza denominada "Hellas", das muitas que constavam do menú (só depois soube que a família simpática que geria o restaurante era de origem helénica). Só posso dizer que foi a melhor pizza que já comi na minha vida. Divinal! A receita: base não fina nem queimada, pouco tomate, bastante queijo, fiambre, salame, espargos, alcachofra e azeitonas. Nunca se sabe se um dia não se perderão por estas terras e se lembrem desta postagem. Nunca se sabe! No dia seguinte, ao almoço, antes do encontro de trocas, fizemos por nos perder e voltámos lá!




Do encontro de trocas reza a seguinte história: muita adrenalina, mais de mil séries colocadas por mim à disposição dos 30 coleccionadores presentes, alguns pacotinhos recolhidos (menos do que o antecipado, apesar do habitual trevo de 4 folhas procurado e encontrado antes do convívio de trocas) e muito boa disposição. Nos encontros da EGZ, cada um leva o que quer das mesas dos restantes coleccionadores, sem contagem de exemplares. Está bem. Esteve-se muito bem. Um jornal local entrevistou-me, por ser uma espécie de mascote do grupo: era o mais jovem (!) de todos os coleccionadores e o que veio de mais longe para ali estar.
Esteve-se ainda melhor durante o churrasco de confraternização final. Comida até dizer chega e cerveja sem limite (apenas o da carteira, pois cada copinho de 20cl de Zunft trocava-se por 2 euritos). Faltou-nos estômago, infelizmente, pois até neste departamento levámos no pêlo de todas as nacionalidades presentes.
E acabou-se. Com a certeza de que as humilhações à mesa não foram tão graves que nos fizessem não ter vontade de voltar.

Obrigado, Renate, pelo acolhimento e simpatia. Obrigado, Lurdes, pela permuta de serviço.

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