A árvore é o ser vivo mais belo de todos, o mais inefável, o mais resistente, o que acolhe e dá mais vida. A minha admiração pela árvore determinou que desenvolvesse mais um tema no coleccionismo de pacotes de açúcar, a que entrego muito carinho e atenção redobrada. Não me interessam as séries de pacotes de açúcar que versem este tema, algumas de circulação genuína, outras produzidas propositadamente para coleccionadores. Interessam-me os pacotes de açúcar que revelem verdadeiro respeito e amor por este ser vivo: o que terá levado determinado empreendedor a atribuir o nome de uma árvore ao seu hotel, restaurante ou bar senão uma verdadeira admiração pela mesma? É este sentimento que com eles partilho e que aqui, neste texto e na minha colecção, quero sublinhar.
Os exemplares que aqui vos mostro testemunham a riqueza cultural que releva destes objectos de coleccionismo: o cuidado do desenhador em ser fidedigno para com o objecto retratado; o desafio colocado ao coleccionador pelo número de línguas que tem que interpretar (quatro, nesta amostra: castelhano, galego, catalão e francês) e pelo trabalho de pesquisa que necessita de efectuar para saber se determinada palavra corresponde ao nome de uma árvore desconhecida; a interpretação do valor cultural atribuído por determinado povo a esta ou aquela espécie arbórea (o carvalho na Galiza, a oliveira em Marrocos, o flamboaiã no México...)... Em suma, e por muito surpreendente que isto possa parecer, coleccionar estes objectos pode tornar-se uma verdadeira paixão e um processo de construção de saber riquíssimo.
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